Não Entendia Uma Palavra do Guru… Até Que Tudo Fez Sentido
- Santiago Toledo Ordoñez
- 8 de fev.
- 2 min de leitura
O sol se erguia no horizonte quando Nicolás chegou ao pequeno ashram nas montanhas. Ele havia atravessado meio mundo em busca de respostas para as perguntas que o atormentavam: Qual era seu propósito? Como encontrar paz em um mundo tão caótico? Falaram-lhe de um guru que vivia naquele lugar, um homem cuja sabedoria transcendeu gerações.
Ao entrar, um jovem discípulo o recebeu com uma reverência.
— O mestre te espera — disse com voz serena.
Nicolás seguiu o jovem até um jardim, onde um ancião de olhar profundo meditava sob uma árvore de sândalo. Ele não vestia túnicas extravagantes, nem possuía uma aura de misticismo exagerado. Era simplesmente um homem, mas sua presença irradiava algo difícil de descrever.
— Mestre — disse Nicolás com humildade —, viajei de muito longe para encontrar respostas.
O guru o observou em silêncio e então falou com voz grave e pausada:
— तत् त्वम् असि (Tat Tvam Asi).
Nicolás piscou. Não entendeu nada. Olhou para o discípulo em busca de ajuda, mas o jovem apenas sorriu com respeito, como se aquela frase explicasse tudo.
— Eh… desculpe, mestre, não falo sânscrito — balbuciou Nicolás, sentindo-se desajeitado.
O ancião inclinou a cabeça e, após alguns segundos de reflexão, apontou para um pequeno lago.
— Olhe para a água — disse com um sotaque peculiar.
Nicolás se inclinou e viu seu reflexo.
— O que você vê? — perguntou o ancião.
— A mim mesmo — respondeu Nicolás.
O guru pegou uma pedra e a lançou no lago. As ondas distorceram a imagem.
— Agora, o que você vê?
— Apenas formas borradas…
O mestre sorriu.
— Assim é a mente quando está inquieta. Você não pode ver a verdade se seu interior está perturbado. Antes de buscar respostas em mim, primeiro deve aprender a acalmar suas próprias águas.
Nicolás assentiu lentamente, começando a compreender.
— Isso significa… que a verdade já está dentro de mim?
O ancião sorriu com cumplicidade e respondeu novamente em sânscrito:
— अहं ब्रह्मास्मि (Aham Brahmasmi).
Nicolás suspirou, percebendo que aquela jornada seria mais difícil do que imaginava. Não bastava apenas aprender a acalmar sua mente… ele também teria que aprender sânscrito.
E assim, sua busca estava apenas começando.

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